segunda-feira, 10 de agosto de 2009

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

As organizações estão inseridas em um contexto social, político, econômico e cultural, portanto, sofrem alterações ao longo do tempo em função das mudanças que ocorrem no ambiente externo. O mundo do trabalho necessita hoje de competências que não eram exigidas no passado.
Pensar sobre Gestão de Competências Profissionais e o que isso representa para as organizações no mundo empresarial, é discorrer sobre o amplo processo de transformações vivenciadas nos últimos tempos, em todos os campos do conhecimento. Isso é fruto das mudanças que estão acontecendo de forma muito rápida em todo o sistema econômico e social a nível mundial. As organizações precisam estar caminhando, a passos largos, para poder acompanhar todas as mudanças.
Aqui se estará abordando sobre uma das áreas que passa a ser afetada, devido a essas mudanças e que merece um especial destaque, a relacionada à Gestão de Pessoas, e dentro dessa área a gestão de competências terá um enfoque especial.
A área de gestão de pessoas, principal responsável pelos recursos humanos das organizações, e é a que mais precisa estar atento às mudanças que ocorrem nesse novo cenário, pois são as pessoas nas organizações, as mais afetadas em qualquer contexto de mudança. E sempre que há mudanças significativas no cenário econômico global, as organizações passam a contar com os seus melhores profissionais, àqueles que mais se destacam em seu trabalho.
Segundo Brandão, competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas no desempenho profissional, dentro de determinado contexto ou em determinada estratégia organizacional.
Brandão e Bahry (2005) quando falam em combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes expressas no desempenho, sinalizam que é a partir do desempenho no trabalho que os profissionais demonstram as competências. Portanto as competências constituem comportamentos passíveis de observação no ambiente de trabalho, que servem como padrão ou referência para orientar a atuação ou o próprio desempenho profissional do colaborador.
Freury (2002, p.55), define competência como “um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.”
Competências profissionais vão se adquirindo através das experiências vividas no cotidiano da profissão, não que só as experiências vão fazer com que o indivíduo seja um ótimo profissional, dependerá também de sua postura e de atitudes positivas, dentro e fora da sua área de atuação profissional, no intuito de buscar novos conhecimentos, habilidades e novas competências profissionais, competências essas que são fundamentais e relevantes para todos os profissionais e em todas as áreas de atuação.
Brandão e Guimarães (2002, p.59) chamam a atenção para o fato que “diversas empresas têm recorrido à utilização de modelos de gestão de competências, objetivando planejar, selecionar e desenvolver as competências necessárias ao negócio.” No cenário atual, pode-se dizer que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado sobre gestão de competências na indústria financeira, em especial acerca da identificação de competências relevantes para determinados trabalhos na área bancária. Pensando nisso, nos questionamentos a seguir, será possível verificar, através da própria convivência na organização, as principais competências técnicas e comportamentais adquiridas nesse contexto, a saber:

1. Listar, descrever e justificar quais são as principais competências técnicas e comportamentais expressas na vida profissional.

No caso específico das competências fundamentais, ou seja, os conhecimentos essenciais para o pleno desenvolvimento das atribuições do cargo que ocupo na organização, posso aqui citar, a princípio, os conhecimentos técnicos elementares, conhecimentos e habilidades em informática, ou àqueles que, depois de aprendidos e internalizados, passam a ser rotina no dia-a-dia da organização e são realizados de uma forma que não venha a prejudicar o andamento dos demais serviços. Outro conhecimento básico versa sobre o tratamento de informações variadas, ou orientação para o cliente. No atendimento aos clientes (interno e externo à organização), procuro pautar-me pela presteza no relacionamento com os clientes no sentido de prestar atendimento com cortesia e agilidade, considerando às suas expectativas, incluindo a capacidade de identificar e suprir as suas necessidades.
No que se refere aos conhecimentos fundamentais para o pleno exercício do meu cargo, procuro manter-me atualizado quanto à aquisição de novos conhecimentos, ser flexível, ter motivação para pesquisa e capacidade de aprender, colocando na minha prática diária o que internalizei nas instituições de ensino, como também nos cursos ministrados dentro e fora da organização, portanto coloco, ou mesmo tento coloca,r em prática toda habilidade adquirida na minha vida social e profissional.
Na perspectiva de competências comportamentais, procuro sempre estar colaborando, incluindo relacionamento interpessoal, demonstrar iniciativas para solucionar problemas e para aprender continuamente (conhecimento). Procuro também, na mina profissão, identificar as causas de conflitos na relação com o cliente, adotando ações necessárias para se evitar novas ocorrências. Outra competência comportamental que sempre procuro estar demonstrando, é a que se relaciona com a equipe, é quando passo a estar colaborando com os colegas de trabalho no sentido de concretizar os objetivos da organização em um clima de harmonia.

2. A partir da avaliação das competências estabelecidas, refletir sobre quais competências (técnica e comportamental), preciso desenvolver para desempenhar melhor a atividade profissional e que atitudes que tenho adotado para isto.

Com relação às competências comportamentais, a organização, da qual faço parte, ela espera que todo funcionário esteja apto a exercer a profissão com dedicação, zelo e presteza no atendimento ao público interno e externo. Atualmente exerço a função de caixa-executivo em uma Instituição Financeira, voltada para atendimento a clientes, e ela conta com a minha participação no atendimento direto e pessoal com os seus clientes.
Nessa perspectiva ela espera que devemos prestar esse atendimento com cortesia e agilidade, pois pesquisas mostram que um bom atendimento faz com que esse cliente satisfeito passe a confiar mais na organização, e assim, continue a manter os seus negócios com ela.
Outro aspecto importante que deve ser analisado é o que diz respeito ao “Comportamento Organizacional”, nesta perspectiva a Instituição espera que os seus colaboradores demonstrem iniciativa para solucionar problemas e para aprender continuamente, e isso é realizado diariamente na medida em que os colaboradores fazem com que os clientes saiam satisfeitos com o bom atendimento prestado.
Na perspectiva “Financeira”, foco de minha atuação na empresa, esta espera que eu possa demonstrar competências quanto ao conhecimento dos seus produtos e serviços relacionados à estratégia de sua atuação e para à área para a qual fui designado, como também espera que se consiga identificar e aproveitar oportunidades de negócios, fazendo uma análise dos ambientes interno e externo, e na medida do contato com o cliente, procure mostrar as vantagens de ser cliente dessa empresa, informando-lhe sobre melhores aplicações e menores taxas para a tomada de empréstimos.
Além do mais a organização espera de mim, como profissional, que eu possa identificar riscos na realização das atividades sob minha responsabilidade e que programe ações adequadas para que isso não venha a afetar os processos internos. Como trabalho na área vinculada ao setor de caixas, e na organização é a área onde se concentra um maior número de pessoas, é de vital importância que eu procure dedicar uma atenção especial no trato, principalmente com documentos e numerário, para que não venha causar transtornos aos clientes. Isso passa a ser demonstrado na medida em que procuro operar sistemas e aplicativos de informática na realização do meu trabalho, com qualidade e agilidade. Procuro me comunicar de forma clara, precisa e objetiva para com as pessoas que estão ao meu lado. Por outro lado também procuro organizar minhas atividades, proativamente, no sentido de realizá-las dentro do tempo previsto, possibilitando com isso a continuidade do processo de trabalho.
Para complementar as perspectivas com relação às Competências esperadas pela organização, ela espera que eu possa direcionar ações, levando em consideração os impactos sociais, ambientais e econômicos e os princípios de responsabilidade socioambiental e na medida em que venho promovendo a economia de impressão de papéis que não vou precisar utilizar, e quando passo a desligar luzes e aparelhos de ar condicionado em ambiente onde não há pessoas trabalhando, estou de alguma forma contribuindo para a melhoria do meio ambiente, isto é ser proativo.

3. Relacionar os principais investimentos feitos em sua carreira avaliando a trajetória profissional e expectativas quanto ao futuro.

Quanto aos investimentos em minha carreira como profissional, e como o próprio mercado de trabalho está a exigir, procuro me manter atualizado no que concerne a busca de novos conhecimentos.
Após ter concluído o terceiro grau de ensino estou, neste momento da carreira profissional, concluindo o M.B.A. em Gestão de Pessoas, que será de grande valia para o meu crescimento pessoal e profissional.
No intuito de galgar cargos mais elevados na minha organização, procuro estar participando de palestras, dos cursos oferecidos pelo mercado e por minha empresa, seminários, encontros, entre outros que estão contribuindo de alguma forma para o crescimento dentro da profissão que escolhi. Também pretendo concluir o curso de língua inglesa.
Apesar de todas essas participações, precisamos sempre ter em mente que não basta somente acumular informações. Só iremos ampliar as nossas expectativas profissionais na medida em que possamos transformar essas informações em conhecimentos a serem utilizadas em nossa vida pessoal, social como também em nossa profissão.
Quanto às expectativas para o futuro, pretendo continuar sendo um profissional dedicado, participando de ações que venham a gerar o meu próprio crescimento e poder auxiliar no desenvolvimento de minha empresa, dentro de um processo formativo constante, que seja capaz de compreender e transformar a minha realidade. Pessoa essa que, ao lidar com os desafios profissionais, possa fazer a diferença na medida em que detenho conhecimentos e capacidade intelectual para mudar. Portanto que eu venha a ser um agente de resultados e que seja capaz de posicionar a minha empresa na liderança dos mercados em que atue.

4. Descreva quais competências um gestor de pessoas precisa ter para liderar uma equipe a partir de sua vivência e visão sobre a importância e as responsabilidades deste profissional para uma empresa.
Com relação às competências de um bom gestor de pessoas, entre as várias que precisa ter, considero como primordiais às relacionadas aos conhecimentos adquiridos em toda a sua vida social, acadêmica e profissional, pois o gestor contribui para a organização onde atua com aquilo que sabe, com o que aprende nas instituições de ensino e na sua experiência de vida. Outro ponto importante para ser um bom gestor de pessoas é ter atitude que contribuam para o cumprimento das metas impostas pelo mercado e pela organização, e isso pode ser demonstrado através da aquisição de habilidades no trato com os diversos tipos de pessoas.
O bom gestor de pessoas é aquele que estimula a participação dos funcionários nas decisões da equipe, incentiva o diálogo, a troca de idéias e o compartilhamento de conhecimentos. Ele também passa a ser considerado como um bom gestor de pessoas quando promove o desenvolvimento profissional dos membros da equipe, valorizando suas competências e oferecendo oportunidades de capacitação e feedback freqüente.
No caso específico da empresa que trabalho, é primordial que o gestor de pessoas oriente sua equipe no sentido de adotarem-se medidas preventivas e corretivas para melhoria contínua da saúde e qualidade de vida dos seus membros.

5. Diante do cenário da crise econômica mundial, quais competências devem ter um gestor de pessoas para manter sua equipe motivada e apresentar os resultados esperados pela empresa.

É nesse momento da vida de um profissional que a experiência e as competências precisam ser colocadas em prática. O gestor de pessoas deve cuidar para que, através de sua experiência como ser humano e como profissional, possa colocar em prática todas as competências adquiridas, sejam através de conhecimentos internalizados, ou aqueles que precisa dar melhor atenção, ter habilidade para colocar em prática todo o seu conhecimento e tudo aquilo que adquiriu na convivência profissional e ter atitudes para fazer o que deva ser feito.
Na crise o gestor de pessoas deve fazer a combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes, sinalizando que é a partir do desempenho no trabalho que os demais colaboradores vão poder também mostrar as suas competências. O gestor precisa trabalhar com o pensamento estratégico, ou seja, ter capacidade de perceber tendências de mudanças no ambiente, oportunidade de novos mercados, ameaças, forças e fraquezas da organização como um todo, bem como de identificar a resposta estratégica necessária para as oportunidades que vão surgindo.
Poucos economistas previam a gravidade dessa crise que se anunciava há algum tempo, a maior parte deles por que a euforia era tamanha que os deixava cegos. E é devido à esses prognósticos que o gestor precisa ter liderança para mudar (change leadership) que é a capacidade de comunicar a estratégia organizacional, fazendo despertar a motivação, o envolvimento e o comprometimento de empregados, acionistas, fornecedores e clientes, estimular a inovação contínua e direcionar esforços para implementação freqüente de mudanças. E principalmente fazer com que aconteça uma melhor gestão de relacionamentos, por conseguinte, ter capacidade de estabelecer relacionamentos e influência sobre aqueles cuja cooperação é necessária para o sucesso organizacional.
Nos momentos de crise é de se esperar que as empresas adotem medidas austeras, se reestruturem, exijam melhorias nos processos e incentivem a qualificação funcional, mas sempre assegurando aos funcionários que tais medidas se fazem necessárias e tem como objetivo manter a empresa competitiva durante o período de crise e, assim, preservar o emprego de todos.
Momentos de crise exigem gestores com boa comunicação, que inspirem confiança em seus liderados e demonstrem entusiasmo no dia-a-dia da empresa. É essencial, também, que compartilhem decisões e manifestem reconhecimento pelo esforço e conquistas da sua equipe de trabalho.
A condução de uma equipe de forma responsável e serena durante uma crise possivelmente reforçará a união dos funcionários que, motivados, produzirão resultados além dos esperados, proporcionando à empresa condições para atravessar a crise, se renovar e seguir fortalecida no mercado.
Portanto, não só o gerente, ou o gestor de pessoas, más sim todos os envolvidos no processo e na organização precisam estar antenados quanto a ser flexíveis, ter entendimento interpessoal, estar preparado para uma inovação empreendedora, para um gerenciamento com foco em mudanças, estar fortalecendo sua equipe de trabalho, facilitando propósitos, não só em momentos de crise, mesmo porque essa crise não tem data para acabar e certamente não será em 2009.

REFERENCIAS

BAHRY, Carla Patrícia; BRANDÃO, Hugo Pena. Gestão por competência: métodos e técnicas para mapeamento de competências. Revista do serviço público, v56, n.2, abr./jun., 2005, p.179-194.

BRANDÃO, Hugo Pena; Guimarães, Tomás de Aquino. Gestão de competência e gestão de desempenho. In: WOOD Jr., Thomaz. Gestão empresarial: o fator humano. São Paulo: atlas, 2002, p.55-70.

FREURY, Maria Tereza Leme. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.

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